quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

meu mundo se esconde em seu


meu mundo escondido no seu.
a dor pode ser nitida, no tom da minha voz e em meus olhos 
voz suave maltrada, e ignorada, olhos cansados de chorar pela imperfeicao.
horriveis atormentos de  um amor doce e imperfeito 
tambem ja me fez pensar  em perfeicao. chora e duvidar...
mesmo pela sua docura, carrega a amargura da solida que se alastra rapidamente por todo o corpo enchendo de mágoas, de rancores...
reviravolta, 
eu ainda quero amar!!
no meu mundo as coisas sao reias , 
as musicas tocam e param, ate a dias que elas  dao sentido a minha vida.
ai eu choro, ao mesmo que eu sorriu.
sem perceber eu trago comigo a certeza de que tu estas aqui. 
ja nao quero mais amar!!
meu mundo é contraria minhas vontades. 
se esconde em seu mundo mesmo eu nao sabendo quem tu es, 



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Nas asas do tempo




Sento-me nas areias do tempo
No deserto do alem
No meio do nada
Penso nos passos que dou contra o tempo
Os olhos que baixo por causa do vento
Vento que me toma os sonhos cálidos e os pinta de vermelho
Sangram lágrimas sem choro
Sem voz
Murmuram segredos
Desenham-se-me no rosto esses esboços do silêncio
Esses que apago e esborrato
E de novo se pintam em telas contra a minha vontade
Rasgo as folhas de papel em branco
Queimo os lápis de madeira que insinuam escravinhices
Dos meus não ditos não há-de falar
Deixem-me sentir, aqui, a dor vermelha de não saber amar
Essa condição de ignorante eterno
Para sempre um boémio nos lençóis alheios...
Frios, gélidos...
Sem sabor nem cheiro...
Ausentes na minha vontade...
Amargos
Aquecem apenas esta minha pele que arrefece
Pensar que um dia me podia aquecer no leito dessas desconhecidas sem rosto...
Que distraída sou...
Pois estava-me a esquecer de desejar
voar nas asas de um anjo


lagrimas de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.


Antonio Gedeao

domingo, 27 de janeiro de 2013

o novo colosso



Não como o gigante bronzeado de grega fama,
Com pernas abertas e conquistadoras a abarcar a terra
Aqui nos nossos portões banhados pelo mar e dourados pelo sol, se erguerá
Uma mulher poderosa, com uma tocha cuja chama
É o relâmpago aprisionado e seu nome
Mãe dos Exílios. Do farol de sua mão
Brilha um acolhedor abraço universal; os seus suaves olhos
Comandam o porto unido por pontes que enquadram cidades gémeas.
“Mantenham antigas terras sua pompa histórica!” grita ela
Com lábios silenciosos “Dai-me os seus fatigados, os seus pobres,
As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade
O miserável refugo das suas costas apinhadas.
Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades,
Pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado.