domingo, 24 de junho de 2012

resgate da cultura angolana


O programa de valorização, preservação e divulgação dos feitos das figuras históricas nacionais, promovido pelo Governo angolano, através do Ministério da Cultura,
que visa estudar e difundir o papel desempenhado por determinadas figuras históricas que emergiram durante o processo de formação da nação, preservando do património histórico-cultural do país, através da recuperação da memória e do legado histórico dessas entidades.
 reconstituindo os perfis destas pessoas através de fontes orais, escritas, arqueológicas e fotográficas, para proceder, posteriormente, à divulgação dos seus feitos.
O trabalho desenvolvido já permitiu a elaboração de uma lista indicativa das figuras históricas angolanas, onde constam políticos, intelectuais e entidades religiosas pertencentes a diversas áreas sócio-culturais de Angola.
Resgatar a história e colocar à disposição da nova geração informações suficientes sobre o processo da luta de libertação nacional e resistência contra o colonialismo é a principal tarefa do levando-os a conhecer a fundo a história de Angola.
Com a sociedade angolana marcada por um cenário de total desconhecimento quanto à história de Angola, atravez da cultura, uma luta pela afirmação e divulgação da identidade nacional, não descurando, a fim de inverter a tendência e mostrar ao mundo a riqueza da cultura nacional.
Na luta contra a globalização e as novas tecnologias, que proporcionam à juventude tudo o que é informação e cultura de outros países, levando-os à aculturação e a adaptar até aspectos que nada têm a ver com a forma de ser e de estar dos angolanos, os responsáveis pela cultura procuram mostrar e divulgar a existência de uma identidade nacional.
Esta identidade, como uma marca somente angolana de valores morais e éticos, deve ser defendida, preservada e divulgada, como forma de resguardar os interesses nacionais.
Com tempo limite para apresentar resultados que levem a uma abordagem profunda sobre a crise de valores no país, os membros da comissão desdobram-se em tarefas e ampliam os ângulos de actuação para não deixar nada ao acaso, recuperando, até ao mínimo detalhe, tudo que se refere à história de Angola e dos angolanos.
Apostado em pôr fim à falta de conhecimentos sobre a história de Angola e à adopção da cultura e hábitos alheios aos costumes e tradição angolanos, o Ministério da Cultura lançou mãos à obra e num "abrir e fechar" de olhos elaborou um ambicioso programa com o qual pretende defender a honra e o bom nome do país e das suas tradições.
Criada em Novembro de 2008, a comissão coordenada pela ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, é integrada por historiadores, antropólogos e arquitectos que têm trabalhado com as autoridades tradicionais e direcções provinciais da Cultura para a recolha de dados. Além de especialistas culturais e arquitectos, dela também fazem parte representantes dos Ministérios das Finanças, Obras Públicas, Administração do Território, Educação, Defesa, Antigos Combatentes e Veteranos de Guerra, Comunicação Social, Ambiente e Urbanismo e da Habitação.
A comissão tem a incumbência de promover um amplo estudo das figuras históricas nacionais e divulgar as suas realizações. É também da sua competência as tarefas de concepção e edificação de estátuas e monumentos históricos.
A sua criação teve em conta pressupostos segundo os quais o conhecimento, valorização e dignificação das personagens mais relevantes da história angolana contribuem para fortalecer a unidade nacional.
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Нгола темпами


это плохо, вы уже цивилизованные и т.д. человек. Учредителями Ритмы N'gola считал, что именно я должен сделать что-то, чтобы сохранить нашу идентичность. . За 40 лет с School Days гребешки, Нино Ндонго, были главными, играл у себя дома или это. Только в 1950 году их число выросло ".
»(The Rhythm Нгола) было мирное восстание, пытаясь разбудить спящих совести, кто не верит ни во что, они были 500 лет колонизации. Существовал не телевидении или радио для всех, газет не достигли трущобах или внутри страны и мы знали, что песня застряла в свисток, в пении. в LNA, когда мы пели в кимбунду, люди повернулись к 1/2 стыдно, они называют нас ... mussequeiros в конечном итоге делает песни абсолютное требование, и эти люди кормят incendiávamos должны быть попраны, и они поняли, что что-то было в огне. это в конце концов обнаружить, подвергались преследованиям. группы преждевременно умирает, те, кто были переданы сотрудникам. Введите это, он идет, так идет другой. Все завершается тюрьме, потому что некоторые из нас, погруженный в политическую борьбу, как я и средней школы, никто из нас не знал, как другой был в то время, ни женщина не могла говорить. Именно этот этап, что привело к созданию МВД (Motion независимость Анголы). "
Музыка разрушительными, которая сломала стены узкий менталитет, сцементированных конкретного ущерба и комплекс превосходства.
Респект!

Ngola rhythm


is bad, you already are a civilized person etc.. The founders of N'gola Rhythms thought was exactly what I must do something to keep our identity. . In 40 years with the School Days Scallops, Nino Ndongo, were the principal, played at home this or that. Only in 1950 the number grew. "
"(The Rhythm Ngola) was a peaceful rebellion, trying to awaken dormant consciences, who did not believe in anything, they were 500 years of colonization. There was no television or radio for everyone, the newspapers did not reach the slums or the interior of the country and we knew that song was stuck in a whistle, in singing. in LNA when we sang in Kimbundu, people turned to face half ashamed, they called us ... mussequeiros end up doing songs of absolute claim, and those people fed incendiávamos to be trampled upon, and they understood that there was something in the fire. this eventually discover, were persecuted. A group dies prematurely, those who were employees were transferred. enter this, he goes, so goes the other. Everything culminates with prison because some of us were directly immersed in the political struggle, as I and high School, none of us knew how the other was into at the time nor the woman could speak. it was this phase that resulted in the creation of MIA (Motion independence of Angola). "
Music devastating that broke the walls of the narrow-minded mentality cemented with concrete prejudice and superiority complex.
Respect!

Ngola Ritmo


 Os fundadores do N’gola Ritmos pensaram exactamente que era preciso fazer algo para manter a nossa identidade. . Nos anos 40 com o Liceu Vieiras Dias, o Nino Ndongo, eram os principais, tocava-se em casa deste ou daquele. Só em 1950 o conjunto cresceu."
"(Os Ngola Ritmos) era uma rebelião pacífica, tentando despertar consciências adormecidas, que não acreditavam em mais nada, eram 500 anos de colonização. Não havia televisão, nem rádio para toda gente, os jornais não chegavam aos musseques nem ao interior do país e nós sabíamos que uma canção ficava presa no assobio, no cantar. Na LNA quando cantávamos em kimbundu, as pessoas viravam a cara meias envergonhadas, chamavam-nos os mussequeiros...acabamos por fazer canções de absoluta reivindicação, e incendiávamos aquelas pessoas fartas de ser espezinhadas, e eles entendiam que havia qualquer coisa na fogueira. Isso acabou por se descobrir, fomos perseguidos. O conjunto morre antes do tempo, aqueles que eram funcionários foram transferidos. Entra este, sai aquele, entra outro etc. Tudo culmina com a prisão porque alguns de nós estávamos directamente metidos na luta política, como eu e o Liceu, nenhum de nós sabia o quanto o outro estava metido, na altura nem com a mulher se podia falar. Foi esta fase que resultou na criação do MIA (Movimento Independentista de Angola)."
Música demolidora que arrombou os muros das mentalidades tacanhas cimentadas com o betão do preconceito e do complexo de superioridade.
Respeito!!!

Августин нето


Нето первым президентом Анголы
Срок: 11 ноября 1975 г. - 10 сентября 1979
Дата рождения: 17 сентября 1922
Место рождения: Icolo и Бенго
Дата смерти: 10 сентября 1979
Место смерти: Москва
Политическая партия: МПЛА
Род занятий: врач


 «бессмертный руководство революции Анголы," в знак признания его большого интеллектуального потенциала, поза государственный деятель, борец, политик, человек культуры и ее вклад в освободительную борьбу не только в Анголе, но и других народов.
Рано Нето стал бороться с негативными проявлениями, такими как трайбализм, регионализм, расизмом и другими предрассудками ущерб национальному единству и примирению между ангольцев. очень рано, боролись за независимость континента.
Нето родился 17 сентября 1922 года в деревне Kaxicane, Icolo электронной Бенго области, примерно в 60 километрах от Луанды, а закончил в области медицины из Университета Лиссабона.
После окончания средней школы курса в Луанде, Нето работал в системе здравоохранения. Будет быстро стал заметной фигурой в националистических культурного движения, которое в сороковых годах, встретил этап энергичного роста.

Для их участия в политической деятельности, опыт тюрьмы в первый раз в 1951 году, когда он был арестован, когда собрали подписи для Всемирной конференции мира в Стокгольме. Его арест вызвал волну протестов в крупных масштабах. Были встречи, писали письма и посылали до ходатайства подписан французских интеллектуалов на переднем плане, как Жан-Поль Сарт, Андрей Мориак, Арагон и Симона де Бовуар, кубинский поэт Николас Gullen и мексиканского художника Диего Риверы, а также в 1957 г. А. Нето был избран политзаключенного из года в Amnesty International.
В 1958 г. А. Нето окончил в медицине, и женился на Марии Евгении, в тот день они завершили курс. В том же году был одним из основателей подпольного антиколониального движения (MAC), объединяющая патриотов из различных португальских колоний.
30 декабря 1959 года. Нето вернулся на родину с женой, Maria Eugenia, и ребенка раннего возраста, и начал заниматься врачебной практикой среди своих соотечественников. 8 июня 1960 года директор PIDE пришел лично держать в Consultório Нето в Луанде.
Мирная демонстрация в родном селе Нету в знак протеста против своего ареста получил пули полицейского. Тридцать двести убитых и раненых было оценить то, что стало известно как Резня Icolo и Бенго. Опасаясь последствий, которые могут возникнуть в результате ее присутствия в Анголе, даже оказавшись арестован, колонизаторы Нето переехал в тюрьму в Лиссабоне, а затем отправил его в Кабо-Верде, Санто Антау, а затем в Сантьяго, где он продолжал медицинскую практику под постоянным наблюдением политики.
Тем не менее, вскоре после выхода из тюрьмы А. Нето, в июле 1962 года контрабандным путем из Португалии со своей женой и маленьким детям, прибывающим в Леопольдвиле (Киншаса), где время МПЛА было свое место за границей,

11 ноября 1975 года, после 14 лет тяжелой борьбы против колониализма и империализма, провозгласил национальную независимость, цель, ради которой они отдали свои жизни так много и таких достойных сыновей ангольского родину, на этот раз будучи приведен к присяге в качестве президента ( в то время) Республики Ангола.

"Моя мать
(Все черное матери
, чьи дети не оставили)
Вы научили меня рассчитывать
и ждал в трудные времена.
Но жизнь
убил меня этой мистической надежды.
Я уже не надеюсь
Я тот, для кого мы ожидали ".

Agostinho neto '' English''


Agostinho Neto first President of Angola
Term: November 11, 1975 - September 10, 1979
Date of birth: September 17, 1922
Place of birth: Icolo and Bengo
Date of death: September 10, 1979
Place of death: Moscow
Political party: MPLA
Occupation: doctor


 the "immortal guide of the Angolan revolution," in recognition of his great intellectual capacity, posture of a statesman, fighter, politician, man of culture and its contribution to the liberation struggle not only for Angola but of other peoples.
Early Agostinho Neto became the combat negative manifestations such as tribalism, regionalism, racism and other prejudices detrimental to national unity and reconciliation among Angolans. very early, fought for the independency of the continent.
Agostinho Neto was born on September 17, 1922 in the village of Kaxicane, Icolo e Bengo region, about 60 kilometers from Luanda, and graduated in medicine from the University of Lisbon.
After completing secondary school course in Luanda, Neto worked in health services. Would quickly become a prominent figure in the nationalist cultural movement that during the forties, met a phase of vigorous expansion.

For their involvement in political activities experienced prison for the first time in 1951, when he was arrested when gathered signatures for the World Peace Conference in Stockholm. His arrest triggered a wave of protests on a large scale. There were meetings, wrote letters and sent up to petitions signed by French intellectuals in the foreground, as Jean-Paul Sart, Andrew Mauriac, Aragon and Simone de Beauvoir, the Cuban poet Nicolás Gullen and the Mexican painter Diego Rivera, and in 1957, Agostinho Neto, was elected Political Prisoner of the Year by Amnesty International.
In 1958, Agostinho Neto graduated in medicine, and married Maria Eugenia, on the day they completed the course. That same year, was a founder of the clandestine anticolonial movement (MAC), bringing together patriots from the various Portuguese colonies.
On December 30, 1959. Neto returned to his country with his wife, Maria Eugenia, and the child of tender age, and began to practice medicine among his countrymen. On June 8, 1960, the Director of PIDE came personally hold in your Consultório Neto in Luanda.
A peaceful demonstration in the home village of Neto in protest against his arrest was received by police bullets. Thirty two hundred killed and wounded was the stock of what has become known as the Massacre of Icolo and Bengo. Fearing the consequences that could arise from its presence in Angola, even finding themselves arrested, the colonialists Neto moved to a prison in Lisbon and later sent him to Cape Verde, Santo Antao and then to Santiago, where he continued to practice medicine under constant surveillance policy.
However, shortly after leaving prison, Agostinho Neto, in July 1962, smuggled out of Portugal with his wife and small children, arriving in Leopoldville (Kinshasa), where the time MPLA had its seat abroad,

The November 11, 1975, after 14 years of hard struggle against colonialism and imperialism, proclaimed the national independence, purpose for which they gave their lives so many and such worthy sons of the Angolan homeland, this time having been sworn in as President of the ( then) Republic of Angola.

"My mother
(All black mothers
whose children have left)
You taught me to expect
and waited in difficult times.
But life
killed me this mystical hope.
I no longer hope
I am one for whom we expected. "

denial


I do not believe in me
I do not exist
I do not want I do not want to be

I want to destroy me
throw me high bridges
and let me smash
on the hard stones of the sidewalks

Spray my being
disappear
do not leave even a trace of passage
the world

I want the non-self
to take over me

More than a simple suicide
I want that my death
is a real historical novelty
a total disappearance
even in the brains
those who hate me
even at the time
and process history
and the world continues
as if I never existed
as if no work had produced
as if nothing had influenced the life
if instead of negative
I was zero

I rise
raise me up to the Zero
and disappear

Let me disappear!

But before going to scream
With all the force of my lungs
For the world to hear:

- It was I who gave up life!
You may continue to take my place
Ye that mo roubastes

Then you have the whole world to you
I want nothing for me
neither poverty nor riches
neither joy nor sorrow
neither death nor life
nothing

I'm not I've never been
Renounce me
Achieve Zero

Now
Sing ye shall live weep
marry you kill yourselves you drunken
give alms to the poor
Nothing could interest me
I'm not
Achieve Zero

Do not tell me
to serve you meals
or to dig diamonds
that your wives will bear in halls
or to take care of your plantations
cotton and coffee
not rely on nannies
to breastfeed your children syphilitic
do not count on workers
second-class
to do the job that ye pride yourselves
nor soldiers unconscious
to scream on an empty stomach
live to your work of civilization
nor with lackeys
you to take off their shoes
at daybreak
when you return to nightly orgies
nor with blacks fearful
to offer you cows
corn and sell penny
or in women's bodies
pleasures of food for you
in the leisure hours of your abundance immoral

Do not tell me
Renounce me
I atngi Zero

And now you can burn
the signs fearful
that the doors of bars hotels and public places
scream your selfishness
the phrases "FOR WHITES ONLY" or COLOURED MEN ONLY "
Here there black white

And now you can stop
with the poor Black neighborhoods
that ye may hinder the vanity
Live satisfied without color lines
you might have to say no to black frequeses
that the hotels are crowded
that there are no tables in restaurants
Banhai you rested
beaches and pools in your
there never was black in the world
that the fouled water
or your disgusting prejudices
with its dark presence

Dissolvei the Ku Klux Klan
already there to lynch blacks!

Because hesitais now!
at least you have the opportunity
to proclaim democracies
sincerely

Can you invent a new story
you can even invent a new mystical
will say for example: In the beginning we create the world
Everything was done by U.S.
And that nothing interests me

Ah!
I feel that satisfaction
glad to see you in your pride
manic and crazy in your superiority

There has never been black!
Africa was built just for you
America was colonized only by you
Europe does not know African civilizations
There was never kisses black on white faces
or a black was lynched
never killed by blows from a black cavalomarinho
women so that they possess
never estorquistes properties to blacks
have ye never you had children with black blood
O unbridled racist lubricity

Fartai you now inside the morale!

What satisfaction I feel
not that ye distort the moral standards
to safeguard
the prestige of the superiority and the stomach
of your children

Ah!
My suicide is a historical novelty
is a sadistic pleasure
see you well settled in your world
without false matches

I raised to the Zero
I changed nothing in the historical-
I the beginning of time
I-Nothing to confuse me with you-all
I am the true humanity of Christ!

There in the streets of Luanda
black shoes and dirty
to put stains in your falsehoods of colonization

In Lourenço Marques
in New York in Leopoldville
in Cape Town
screaming through the streets
fogueteando joy in the air

- There are no blacks on the streets!
There has never been
There are no blacks lazy
to leave the fields for growing
and reluctant to enslavement
there are no blacks to steal
All wealth is now the sweat from his face
and the sweat of the brow is the poetry of life
Long live the poetry of life!
Viva!

There is no black music
There has never been drumming in the forests of Congo
Who said anything about spirituals?
The halls are filled with Debussy Strauss Korsakoff
in that there is no wild earth
Experience the superior civilization of men
spotless Negroid disturbing the aesthetics you!
Viva!

There has never been discoveries
Africa was created with the world

What is colonization?
What are the massacres of blacks?
What are the esbulhos property?
Things nobody knows

The story is wrong
There never was slavery
There was never field minority
proud of their strength

I ended up with the religious crusades
Faith is spread all over the world
on earth there are only Christians
YOU are all Christians

There are no infidels to convert
Escusais imagine infidelities more religious
to justify
disgusting acts of barbarism

No need to send more missionaries
Africa
nor in the Black neighborhoods
There has never been Mahamba
or religious views different
there was never religious to assist the military occupation

Fulfil with missionaries
their sophistry
his miracles
invented to justify ambitions and vanities

All possess ALL
and are all brothers

Continue with your political systems
democratic dictatorship
it is with you
Explorai the proletariat
slay one another
fight ye the glory
fight ye the power
minorities nurture strong
apadrinhai the proteges of your friends
nurture more varieties
aburguesai ideas
and all without the hassle
greens intruders
to meddle in your beloved
and defended civilization of men
privileged

Now
Brethren
hence you hands
Shout your joy that you may be alone
ALONE!
only inhabitants of the earth

I artingi Zero

This means your extraordinarily ethical
At least
do not lose the opportunity in order to be honest

If earthquakes
flood disasters or epidemics
to defend the land or water avoidance
stationary engines or sludge African
rays you depart!
no longer will have to call me
respond to your woes
to repair your disaster
or to charge the guilt of your incúrias
Go to hell!

I do not exist
Word of honor that never existed
Achieve Zero
Nothing

Blessed time
my super-suicide
for you
men who are constructing moral systems
vices to frame

The sun shines just for you
the moon reflects light just for you
there has never been slavers
or massacres
or occupations of Africa

As to the story
becomes a treatise on moral
hurry arrangements without!

The black of the pier there are no
Never were heard singing doleful
mixed with the grating of the crane
Never trod the paths of the woods
pounds with no boots on their backs
the engines which burn under loads

O humble or shy submissive black
no place in cities
or in bins of honesty
or in the corners of the force
Dancers with the soul poisada the minus sign
declared polygamous
sexy dancers drumming
You know that everyone you come up value
Nothing you are atingistes Zero
and man have saved

No more hatred
and the work of civilization
and the nausea of ​​seeing black boys
sitting in school
next to blue-eyed boys
and compulsions and extorções
and palmatoadas and torture
to force innocent people to confess to crimes
and fears of revolt
and the complicated political demarches
to deceive simple souls

No more social complications!

Achieve Zero
I arrived at the time of the beginning of the world
and decided not exist

I arrived at the Zero-Space
None of the Time-
coincides with the self-Everything you

And what is more important:
I saved the world!


Agostinho Neto

In The Can not Resign

Agostinho neto


Agostinho Neto primeiro Presidente de Angola
Mandato: 11 de novembro de 1975 - 10 de Setembro de 1979
Data de nascimento: 17 de Setembro de 1922
Local de nascimento: Ícolo e Bengo
Data da morte: 10 de Setembro de 1979
Local da morte: Moscou
Partido político:MPLA
Profissão: médico


 o “guia imortal da revolução angolana”, em reconhecimento à sua grande capacidade intelectual, postura de estadista, lutador, político, homem de cultura e pela sua contribuição na luta de libertação não só dos angolanos mas de outros povos.
Cedo Agostinho Neto assumiu o combate a manifestações negativas como tribalismo, regionalismo, racismo entre outros preconceitos atentatórios à unidade nacional e reconciliação dos angolanos. desde muito cedo, lutou para a conquista da independência dos países do continente.
António Agostinho Neto nasceu a 17 de Setembro de 1922, na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 quilómetros de Luanda, e formou-se em medicina pela Universidade de Lisboa.
Após ter concluído o curso liceal em Luanda, Neto trabalhou nos serviços de saúde. Viria a tornar-se rapidamente uma figura proeminente do movimento cultural nacionalista que, durante os anos quarenta, conheceu uma fase de vigorosa expansão.

Pelo seu envolvimento em actividades políticas experimentou a prisão pela primeira vez em 1951, ao ser preso quando reunia assinaturas para a Conferência Mundial da Paz em Estocolmo. A sua prisão desencadeou uma vaga de protestos em grande escala. Realizaram-se encontros; escreveram-se cartas e enviaram-se petições assinadas por intelectuais franceses de primeiro plano, como Jean-Paul Sart, André Mauriac, Aragon e Simone de Beauvoir, pelo poeta cubano Nicolás Gullén e pelo pintor mexicano Diogo Rivera, e em 1957, Agostinho Neto, foi eleito Prisioneiro Político do Ano pela Amnistia Internacional.
Em 1958, Agostinho Neto licenciou-se em Medicina e, casou com Maria Eugénia, no próprio dia em que concluiu o curso. Neste mesmo ano, foi um dos fundadores do clandestino Movimento Anticolonial (MAC), que reunia patriotas oriundos das diversas colónias portuguesas.
Em 30 de Dezembro de 1959. Neto voltou ao seu País, com a mulher, Maria Eugénia, e o filho de tenra idade, e passou a exercer a medicina entre os seus compatriotas. Em 8 de Junho de 1960, o director da PIDE veio pessoalmente prender Neto no seu Consultório em Luanda.
Uma manifestação pacífica realizada na aldeia natal de Neto em protesto contra a sua prisão foi recebida pelas balas da polícia. Trinta mortos e duzentos feridos foi o balanço do que passou a designar-se pelo Massacre de Icolo e Bengo. Receando as consequências que podiam advir da sua presença em Angola, mesmo encontrando-se preso, os colonialistas transferiram Neto para uma prisão de Lisboa e, mais tarde enviaram-no para Cabo Verde, para Santo Antão e, depois para Santiago, onde continuou a exercer a medicina sob constante vigilância política.
Todavia, pouco tempo depois da saída da prisão, Agostinho Neto, em Julho de 1962, saiu clandestinamente de Portugal com a mulher e os filhos pequenos, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha ao tempo a sua sede exterior,

A 11 de Novembro de 1975, após 14 anos de dura luta contra o colonialismo e o imperialismo, proclamou a independência nacional, objectivo pelo qual deram a vida tantos e tão dignos filhos da Pátria Angolana, tendo sido nessa altura investido no cargo de Presidente da (então) República Popular de Angola.

“Minha mãe
(todas as mães negras
cujos filhos partiram)
tu me ensinaste a esperar
como esperaste nas horas difíceis.
Mas a vida
matou em mim essa mística esperança.
Eu já não espero
sou aquele por quem se espera.”

отказ


Я не верю в себя
Я не существую
Я не хочу, я не хочу быть

Я хочу, чтобы меня уничтожить
бросить меня высокие мосты
и позвольте мне разбить
на жестких камнях тротуаров

Спрей мое существо
исчезать
не оставляют даже следов прохождения
мира

Я хочу, несамоходные
взять на мне

Больше, чем просто самоубийство
Я хочу, чтобы моя смерть
является реальной исторической новизны
полное исчезновение
даже в головном мозге
тех, кто ненавидит меня
даже во время
и процессом истории
и во всем мире продолжается
как будто я никогда не существовало
как если бы работа производится
как будто ничего не повлияли на жизнь
если вместо отрицательного
Я была нулевой

Я поднимаюсь
поднимать меня до нулевой
и исчезают

Позвольте мне исчезнуть!

Но прежде чем кричать
При всей силой своих легких
Для мира услышать:

- Это был я, кто бросил жизнь!
Вы можете продолжать занять мое место
Вы, которые момента roubastes

Тогда у вас есть весь мир, чтобы вы
Я не хочу ничего для меня
нищеты и богатства не
ни радости, ни горя
ни смерть, ни жизнь
ничего

Я не Я никогда не был
Откажись от меня
Достижение нулевого

Сейчас
Пойте вы будете жить плакать
жениться на тебе убить себя пьяная
давать милостыню бедным
Ничто не может меня заинтересовать
Я не
Достижение нулевого

Не говорите мне,
, чтобы предоставить вам блюда
или копать алмазы
что ваши жены будут иметь в залах
или заботиться о своих плантациях
хлопок и кофе
не полагаться на нянь
кормить грудью своих детей сифилитический
не рассчитывайте на рабочих
второго класса
, чтобы сделать работу, что вы гордитесь себе
ни солдат бессознательное
кричать на пустой желудок
жить, чтобы ваша работа цивилизации
ни с лакеями
Вас снимают обувь
На рассвете
когда вы вернетесь к ночной оргии
ни с черным страшным
предложить Вам коров
кукурузы и продать копейки
или женского тела
удовольствия пищи для вас
В часы досуга вашего изобилия аморально

Не говорите мне,
Откажись от меня
Я atngi нулевой

И теперь вы можете записать
признаки страшной
что двери баров отелей и общественных мест
кричать ваш эгоизм
фразы «только для белых" или ЦВЕТНЫХ только мужчины "
Здесь черный белый

И теперь вы можете остановить
с бедными Черный районов
что вы может помешать тщеславие
Жить удовлетворены без цвета линий
Вы могли бы сказать, не в черно frequeses
что гостиницы переполнены
что нет столиков в ресторанах
Banhai вы отдыхали
пляжи и бассейны в
никогда не был черным в мире
, что загрязненные воды
или ваши отвратительные предрассудки
с темными присутствие

Dissolvei Ку-клукс-клана
уже есть линчевать черных!

Потому что hesitais сейчас!
по крайней мере, у вас есть возможность
провозгласить демократические
искренне

Можете ли вы придумать новую историю
Вы можете даже изобрести новый мистический
скажет, например: В начале мы создаем мир
Все было сделано по США
И ничего, что меня интересует

Ах!
Я чувствую, что удовлетворение
рады видеть вас в вашей гордости
маниакальные и ума в свое превосходство

Там никогда не было черных!
Африка была построена только для вас
Америка была колонизирована только вам
Европа не знает африканских цивилизаций
Существовал никогда не целует черным по белому лица
или черный был линчевали
никогда не убивали ударами черный cavalomarinho
женщин, с тем, что они обладают
никогда estorquistes свойства черных
разве вы никогда не нужно было детей с черной кровью
О необузданный расистских смазывающие

Fartai теперь внутри боевой дух!

Что я чувствую удовлетворение
не то, что вы искажают нравственные нормы
для защиты
престижа и превосходства желудка
Ваших детей

Ах!
Мое самоубийство является исторической новизны
это садистское удовольствие
Вы видите и поселился в вашем мире
Без ложной матчах

Я поднял с нулевым
Я ничего не изменилось в историко-
Я начала времен
Я-ничего не путать меня с собой-все
Я есмь истинная человечность Христа!

Там на улицах Луанды
черные ботинки и грязные
поставить пятна в ложь колонизации

В Лоренсу Marques
в Нью-Йорке в Леопольдвиль
в Кейптауне
кричать по улицам
fogueteando радости в воздухе

- Есть не черные на улицах!
Там никогда не было
Есть не черные ленивых
оставлять поля для выращивания
и неохотно рабство
нет черных украсть
Все богатство теперь пот с лица
и в поте лица есть поэзия жизни
Да здравствует поэзия жизни!
Viva!

Существует нет черной музыки
Там никогда не было барабанов в лесах Конго
Кто говорит о духовных?
Залы наполнены Дебюсси Стросс Корсакова
в том, что нет диких земли
Превосходное цивилизация мужчин
безупречную негроидной нарушая эстетику Вас!
Viva!

Там никогда не было открытий
Африка была создана с миром

Что такое колонизации?
Какие массовые убийства негров?
Каковы esbulhos собственности?
Вещи никто не знает

История не так
Там никогда не было рабства
Существовал никогда поле меньшинства
гордиться своей силой

Я закончил с религиозными крестовые походы
Вера распространяется по всему миру
на земле есть только христиане
Вы все христиане

Есть нет неверных конвертировать
Escusais себе измен более религиозными
, чтобы оправдать
отвратительно акты варварства

Нет необходимости отправлять больше миссионеров
Африка
, ни в черный районах
Там никогда не было Mahamba
или религиозных взглядов различных
никогда не было религиозных помочь военной оккупации

Выполнять с миссионерами
их софистикой
его чудеса
придумал, чтобы оправдать амбиции и тщеславие

Все обладают всеми
и все братья

Продолжайте политической системы
демократическая диктатура
это с вами
Explorai пролетариата
убить друг друга
Сражайтесь славы
Сражайтесь власти
меньшинств развивать сильные
apadrinhai ставленники друзьями
развивать более сортов
aburguesai идей
и все это без хлопот
зелень злоумышленников
вмешиваться в вашу любимую
и защищал цивилизацию мужчин
привилегированный

Сейчас
Братия
следовательно, вы передает
Крик радости, что вы можете быть в одиночестве
ОДИН!
только жители земли

Я artingi нулевой

Это значит, что чрезвычайно этических
По крайней мере
Не упустите возможность для того, чтобы быть честным

Если землетрясение
наводнений или эпидемий
защищать земли или воды избежание
стационарные двигатели или шлама африканских
лучи уходите!
больше не будет называть меня
ответить на ваши беды
для восстановления бедствия
или для зарядки вашего вина incúrias
Иди к черту!

Я не существую
Честное слово, что никогда не существовало
Достижение нулевого
Ничего

Блаженный время
мой супер-самоубийство
для Вас
люди, которые строят моральные системы
пороков в кадр

Солнце светит только для тебя
Луна отражает свет только для вас
никогда не было работорговцев
или убийства
или занятия Африке

Что касается истории
становится трактате о моральных
торопить без меры!

Черный пристани нет
Никогда не были слышны пение печальный
смешивается с решеткой крана
Никогда не ступала пути лес
фунтов, не сапоги на спине
двигателей, которые попали под нагрузками

О скромной застенчивой или покорной черный
нет места в городах
или в бункерах честности
или в углах силу
Танцоры с душой poisada знаком минус
заявил полигамных
сексуальные танцовщицы барабанах
Вы знаете, что все вы пришли значение
Ничего вы atingistes нулевой
и человек сохранили

Нет больше ненависти
и работы цивилизации
и тошнота видеть черные мальчики
сидели в школе
рядом с голубоглазой мальчиков
и принуждения и extorções
и palmatoadas и пытки
чтобы заставить невинных людей признаться в преступлениях
и опасения по поводу восстания
и сложных политических демаршей
обмануть простой души

Нет больше социальных осложнений!

Достижение нулевого
Я приехал во время сотворения мира
и решил не существует

Я приехал в нуль-пространство
Ни одна из времени
совпадает с собственным Все, что вы

И что важнее:
Я спас мир!


Нето

В не может уйти в отставку

Negação



Não creio em mim
Não existo
Não quero eu não quero ser

Quero destruir-me
atirar-me de pontes elevadas
e deixar-me despedaçar
sobre as pedras duras das calçadas

Pulverizar o meu ser
desaparecer
não deixar sequer traço de passagem
pelo mundo

quero que o não-eu
se aposse de mim

Mais do que um simples suicídio
Quero que esta minha morte
seja uma verdadeira novidade histórica
um desaparecimento total
até mesmo nos cérebros
daqueles que me odeiam
até mesmo no tempo
e se processe a História
e o mundo continue
como se eu nunca tivesse existido
como se nenhuma obra tivesse produzido
como se nada tivesse influenciado na vida
se em vez de valor negativo
eu fosse zero

Quero ascender
elevar-me até atingir o Zero
e desaparecer

Deixai-me desaparecer!

Mas antes vou gritar
Com toda a força dos meus pulmões
Para que o mundo oiça:

- Fui eu quem renunciou a Vida!
Podeis continuar a ocupar o meu lugar
Vós os que mo roubastes

Aí tendes o mundo todo para vós
para mim nada quero
nem riqueza nem pobreza
nem alegria nem tristeza
nem vida nem morte
nada

Não sou Nunca fui
Renuncio-me
Atingi o Zero

E agora
vivei cantai chorai
casai-vos matai-vos embriagai-vos
dai esmolas aos pobres
Nada me pode interessar
que eu não sou
Atingi o Zero

Não contem comigo
para vos servir as refeições
nem para cavar os diamantes
que vossas mulheres irão ostentar em salões
nem para cuidar das vossas plantações
de algodão e café
não contem com amas
para amamentar os vossos filhos sifilíticos
não contem com operários
de segunda categoria
para fazer o trabalho de que vos orgulhais
nem com soldados inconscientes
para gritar com o estômago vazio
vivas ao vosso trabalho de civilização
nem com lacaios
para vos tirarem os sapatos
de madrugada
quando regressardes de orgias noturnas
nem com pretos medrosos
para vos oferecer vacas
e vender milho a tostão
nem com corpos de mulheres
para vos alimentar de prazeres
nos ócios da vossa abundância imoral

Não contem comigo
Renuncio-me
Eu atngi o Zero

E agora podeis queimar
os letreiros medrosos
que às portas de bares hotéis e recintos públicos
gritam o vosso egoismo
nas frases “SÓ PARA BRANCOS” ou COLOURED MEN ONLY”
Negros aqui brancos acolá

E agora podeis acabar
com os miseráveis bairros de negros
que vos atrapalham a vaidade
Vivei satisfeitos sem colour lines
sem terdes que dizer aos frequeses negros
que os hotéis estão abarrotados
que não há mais mesas nos restaurantes
Banhai-vos descansados
nas vossas praias e piscinas
que nunca houve negros no mundo
que sujassem as águas
ou os vossos nojentos preconceitos
com a sua escura presença

Dissolvei o Ku-Klux-Klan
que já não há negros para linchar!

Porque hesitais agora!
ao menos tendes oportunidade
para proclamardes democracias
com sinceridade

Podeis inventar uma nova história
inclusivamente podeis inventar uma nova mística
direis por exemplo: No princípio nós criamos o mundo
Tudo foi feito por NÓS
E isso nada me interessa

Ah!
que satisfação eu sinto
por ver-vos alegres no vosso orgulho
e loucos na vossa mania de superioridade

Nunca houve negros!
A África foi construida só por vós
A América foi colonizada só por vós
A Europa não conhece civilizações africanas
Nunca houve beijos de negros sobre faces brancas
nem um negro foi linchado
nunca matastes pretos a golpes de cavalomarinho
para lhes possuirdes as mulheres
nunca estorquistes propriedades a pretos
não tendes nunca tivestes filhos com sangue negro
ó racistas de desbragada lubricidade

Fartai-vos agora dentro da moral!

Que satisfação eu sinto
por não terdes que falsear os padrões morais
para salvaguardar
o prestígio a superioridade e o estômago
dos vossos filhos

Ah!
O meu suicídio é uma novidade histórica
é um sádico prazer
de ver-vos bem instalados no vosso mundo
sem necessidade de jogos falsos

Eu elevado até o Zero
eu transformado no Nada-histórico
eu no início dos tempos
eu-Nada a confundir-me com vós-Tudo
sou o verdadeiro Cristo da Humanidade!

Não há nas ruas de Luanda
negros descalços e sujos
a pôr nódoas nas vossas falsidades de colonização

Em Lourenço Marques
em New York em Leopoldville
em Cape Town
gritam pelas ruas
fogueteando alegrias nos ares

- Não há negros nas ruas!
Nunca houve
Não há negros preguiçosos
a deixar os campos por cultivar
e renitentes à escravização
já não há negros para roubar
Toda a riqueza representa agora o suor do rosto
e o suor do rosto é a poesia da vida
Viva a poesia da vida!
Viva!

Não existe música negra
Nunca houve batuques nas florestas do Congo
Quem falou em spirituals?
Os salões enchem-se de Debussy Strauss Korsakoff
que não há selvagens na terra
Viva a civilização dos homens superiores
sem manchas negróides a perturbar-lhe a estética!
Viva!

Nunca houve descobrimentos
a África foi criada com o mundo

O que é a colonização?
O que são os massacres de negros?
O que são os esbulhos de propriedade?
Coisas que ninguém conhece

A história está errada
Nunca houve escravatura
Nunca houve domínio de minorias
orgulhosas da sua força

Acabei com as cruzadas religiosas
A fé está espalhada por todo o mundo
sobre a terra só há cristãos
VÓS sois todos cristãos

Não há infiéis por converter
Escusais de imaginar mais infidelidades religiosas
para justificar
repugnantes actos de barbarismo

Não necessitais enviar mais missionários
a África
nem nos bairros de negros
Nunca houve mahamba
nem concepções religiosas diferentes
nunca houve religiosos a auxiliar a ocupação militar

Acabai com os missionários
os seus sofismas
os seus milagres
inventados para justificar ambições e vaidades

Possuis tudo TUDO
e sois todos irmãos

Continuai com os vossos sistemas políticos
ditaduras democráticas
isso é convosco
Explorai o proletariado
matai-vos uns aos outros
lutai pela glória
lutai pelo poder
criai minorias fortes
apadrinhai os afilhados dos vossos amigos
criai mais castas
aburguesai as ideias
e tudo sem a complicação
de verdes intrusos
imiscuir-se na vossa querida
e defendida civilização de homens
privilegiados

E agora
homens irmãos
daí-vos as mãos
gritai a vossa alegria de serdes sós
SÓS!
únicos habitantes da terra

Eu artingi o Zero

Isto significa extraordinariamente a vossa ética
Ao menos
não percais a ocasião para serdes honestos

Se houver terramotos
calamidades cheias ou epidemias
ou terras a defender da evasão das águas
ou motores parados em lamas africanas
raios vos partam!
já não tereis de chamar-me
para acudir as vossas desgraças
para reparar os vossos desastres
ou para carregar com a culpa das vossas incúrias
Ide para o diabo!

Eu não existo
Palavra de honra que nunca existi
Atingi o Zero
o Nada

Abençoada a hora
do meu super-suicídio
para vós
homens que construís sistemas morais
para enquadrar imoralidades

O sol brilha só para vós
a lua reflecte luz só para vós
nunca houve esclavagistas
nem massacres
nem ocupações da África

Como até a história
se transforma num tratado de moral
sem necessidade de arranjos apressados!

Os pretos dos cais não existem
Nunca foram ouvidos cantos dolentes
misturados com a chiadeira do guindaste
Nunca pisaram os caminhos do mato
carregadores com sem quilos às costas
são os motores que se queimam sob as cargas

Ó pretos submissos humildes ou tímidos
sem lugar nas cidades
ou nos escaninhos da honestidade
ou nos recantos da força
dançarinos com a alma poisada no sinal menos
polígamos declarados
dançarinos de batuques sensuais
Sabeis que subistes todos de valor
atingistes o Zero sois Nada
e salvastes o homem

Acabou-se o ódio
e o trabalho de civilização
e a náusea de ver meninos negros
sentados na escola
ao lado de meninos de olhos azuis
e as extorções e compulsões
e as palmatoadas e torturas
para obrigar inocentes a confessar crimes
e medos de revolta
e as complicadas demarches políticas
para iludir as almas simples

Acabaram-se as complicações sociais!

Atingi o Zero
Cheguei à hora do início do mundo
e resolvi não existir

Cheguei ao Zero-Espaço
ao Nada-Tempo
ao eu coincidente com vós-Tudo

E o que é mais importante:
Salvei o mundo!


Agostinho Neto

In A Renuncia Impossivel

Alda lara '' poema''


“E apesar de tudo
ainda sou a mesma!
Livre e esguia
filha de quanta rebeldia me sagrou.
Mãe-África!
Mãe forte da floresta e do deserto,
ainda sou
a Irmã-Mulher
de tudo o que em ti vibra puro e incerto...

quando voltei "Agostinho neto"



“Quando voltei
as casuarinas tinham desaparecido da cidade.
E também tu
amigo Liceu (Vieira Dias)
voz consoladora dos ritmos quentes da farra
nas noites dos sábados infalíveis”.
Alda Lara, porém, trazia a Angola social à flor dos lábios nos poemas de amargura que escrevia durante a sua diáspora estudantil, pensando no regresso adivinhado e decidido:
“Quando eu voltar,
que se alongue sobre o mar
o meu canto ao Criador!
Porque me deu vida e amor
para voltar.

'' minha mãe'' Agostinho Neto


“Minha mãe
(todas as mães negras
cujos filhos partiram)
tu me ensinaste a esperar
como esperaste nas horas difíceis.
Mas a vida
matou em mim essa mística esperança.
Eu já não espero
sou aquele por quem se espera.”

Alda lara "poema''



“Sim! Eu hei-de voltar,
tenho de voltar,
não há nada que me impeça.
Com que prazer
hei-de esquecer toda esta luta insana,
porque em frente está a terra angolana
a prometer o mundo
a quem regressa.”

resistência de heróis angolanos e sua potencias tropas


1ª - A Revolta de 1570: foi liderada pelo carismático "Bula Matadi", um aristocrata, que vendo o perigo que corria o seu povo, fez uma guerra de resistência para que não fossem explorados e dominados pelos portugueses. Bula Matadi mobilizou toda a comunidade para expulsar os portugueses do reino do Kongo, com a perspectiva de acabar com as intrigas que enfraqueciam o reino. Os portugueses interviram militarmente ao lado do rei do Kongo, depois de muitas batalhas Bula Matadi foi morto no último combate.
Ngola Kilwenje era então o rei do Ndongo. O seu exército conseguiu vencer os portugueses em várias batalhas, embora as armas fossem simples arcos e flechas contra as armas de fogo que os invasores traziam.
Contudo, a resistência enfraqueceu à medida que alguns chefes foram abandonando a luta e, quando Ngola Kilwanje morreu, o Ndongo foi aos poucos ocupado pelos agressores. Muxima, Massangano, Kambambe foram caindo na posse dos portugueses que construíram fortes nos pontos altos a fim de melhor vigiar e dominar as populações. Algumas tribos e chefes sujeitaram-se a esta situação e pagaram tributos em escravos aos capitães portugueses. Outros preferiam fugir das áreas ocupadas e continuar a lutar,
3ª - Njinga Mbandi: O maior símbolo da resistência ficou para a Rainha Njinga Mbandi, que além da luta contra a ameaça do colonizador, conseguiu aliar os povos do Ndongo, Matamba, Kongo, Kasanje, Dembos, Kissama e do Planalto Central. Foi essa a maior aliança que se constituiu para lutar contra os portugueses. As diferenças e interesses regionais foram esquecidos a favor da unidade contra o inimigo comum. Esta unidade teve os seus efeitos positivos: durante vários anos, os portugueses perderam posições e foram reduzidos a um pequeno território de onde seriam expulsos se não recebessem reforços. Segundo o historiador Ralfh Delgado em seu livro História de Angola (terceiro período, de 1648 a 1836),

"Desejando restabelecer a paz com o Governador, depois de exaustivas lutas, a nova rainha mandou à Luanda (principal base dos portugueses), uma embaixada, que alcançou os seus objectivos, mediante a intervenção, por ela solicitada, de figuras eclesiásticas de realce entre as quais o bispo.
centena de negros, homens e mulheres acorrentadas. Este tráfico tinha o nome de "Guerra Preta" porque arrancavam sempre por meios violentos os negros das aldeias. Na revolta da Rainha Njinga Mbandi, apesar da sua percepção para uma possível unificação étnica na luta contra o colonizador, a questão da força bélica Lusa foi um fator decisivo. No entanto, passados vários séculos da morte da Rainha Njinga, a idéia da unidade do povo angolano ainda não configurou-se. Ao final do século XX, vencida a luta contra o colonizador, permanecem as disputas internas pelo poder, com ideologias marcadas pelo rancor dos diferentes grupos étnicos na contra-mão da história.
4º - EKWIKWI II do Bailundo. Ekwikwi II, foi outro herói da resistência, que reinou no Bailundo no planalto Central de Angola há cerca de cem anos, com influência notável em toda a região. Quando chegou ao poder, os portugueses já dominavam todo o norte de Angola e preparavam para a penetração no interior do Planalto Central em busca de cera, borracha e outros produtos.  Ekwikwi resolveu preparar o seu povo militar e economicamente para enfrentar a guerra prevista. ele intensificou a agricultura, principalmente o cultivo do milho, dieta indispensável na cultura dos Bantos. . A comunidade do bailundo viveu intensamente os modelos para a defesa dos direitos e soberania dos estados do planalto baseados nos princípios de Ekwikwi II que, além de fortalecer o seu exército, estabeleceu uma aliança sólida com Ndunaduma I, rei do Bié, para fortalecer sua posição na região. Ekwikwi II foi um rei progressista, dinâmico que sempre governou ao lado do seu povo. Ele foi sucedido por Numa II, que, corajosamente, enfrentou a guerra contra a pesada artilharia portuguesa no ataque à capital do Bailundo. Aos poucos as forças militares portuguesas foram ocupando pontos estratégicos. O Bailundo foi totalmente dominado, sem qualquer resistência a nova imposição Lusitana.

5º- Mutu-Ya-Kevela. Em 1902 os portugueses já tinham o domínio, e ocupação de grande parte do território angolano. Na região do planalto houve a fixação de alguns comerciantes portugueses em busca do milho, cera e borracha. Havia também fortificações construídas em Huambo e Bié para apoiar as trocas comerciais e manter a ocupação na região. Mesmo em pleno século XX, os portugueses mantinham o recrutamento para trabalho escravo na agricultura. Mutu Ya Kevela, o segundo homem mais importante na região, após o rei Kalandula do Bailundo, questionou as autoridades portuguesas contra o trabalho forçado imposto pelos imperialistas. Mutu-Ya-Kevela reuniu todos os sobados e reinos do planalto, convocando 6000 homens contra as colunas militares portuguesas, que sufocaram os rebeldes de Angola em 1902.

6º - Mandume, Rei dos Kwanyama. O sul de Angola esteve sempre disputado pelos portugueses e alemães. Aproveitando tal rivalidade, Mandume, rei do Kwanyama, conseguiu obter armamentos dos alemães, que serviriam para lutar contra os portugueses. Preocupados com uma futura ocupação dos alemães, os portugueses atacaram Onjiva de surpresa, antes que o mesmo organizasse a luta armada. Mandume fugiu, iniciando em todo o território Ambó, uma tentativa de unir todas as tribos contra os portugueses. Os Ambós, muito bem organizados, comandados por Mandume, venceram os portugueses numa série de batalhas, obrigando os militares lusitanos a buscar reforços. Os portugueses utilizaram um sistema que ambos conheciam muito bem, corromperam parte da guerrilha Kwanyama, assim venceram as batalhas de Mongwa e Mufilo. Sabendo da vitória dos portugueses, devido ao grande poder de artilharia, e pela traição de alguns sobas, Mandume suicidou-se em 1917, preferindo a morte do que viver sob a subordinação dos colonialistas. Apesar da resistência e com a luta pela independência de alguns reinos, a ocupação do litoral ocorreu por meio de um jogo de interesses comerciais entre os portugueses e as diferentes tribos de Angola. A espionagem, evangelização e tribalismos muito contribuíram para a ocupação tanto no passado, como no presente. A configuração étnica de Angola, determina um provincianismo, ou regionalismo, que dificulta a regulação social do Estado, em função dos diferentes dialetos no mesmo território.
angola tinha um total de 1968 idiomas  actualmente conta com um total de 11 idiomas mais infelzmente esta desaparecendo tambem
Perante essa "Babilônia", os Portugueses impuseram a sua própria língua sem a qual aliás não é possível viver. A imposição lusa no aspecto lingüístico, que descaracterizou a identidade do povo angolano, foi a segunda forma de dominação, pois militarmente a metrópole sempre foi superior em todas as suas ações imperialistas.
1.1. OCUPAÇÃO PORTUGUESA: DO LITORAL AO INTERIOR

"Prendeste-me
Ai, prendeste-me
Porque gritei viva Angola
Quando um dia voltar
terei na cabeça uma grinalda de mussequenha
Na mão direita rabo de Leão
Na mão esquerda rabo de onça
Nos pés alparcatas de pele de elefante
E andarei pela rua gritando
Liberdade, liberdade, liberdade
E... e...
Com todo fôlego gritarei bem alto:
Viva Angola."
(Xitu - Vanhenga, 1980:3).

Mandume rei dos kwanhamas


Mandume Ya Ndemufayo
 foi o último rei dos Kwanyama um povo pertencente ao grupo etnolonguístico dos ovambo do sul de Angola
Mandume foi escolarizado por missionários protestantes alemães, Ele chegou ao poder em 1911 e seu reinado durou até 1917, coincidindo portanto com o período em que o poder colonial português se concentrou na ocupação efectiva, pela força, do território de Angola que lhe havia sido "adjudicado" pelo conjunto das potências coloniais europeias.
Mandume opôs aos portugueses uma resistência tenaz, enfrentando ao mesmo tempo o avanço dos ocupantes alemães que vinham do sul. Segundo a tradição oral angolana, Mandume, ao notar que já não tinha outra saída, preferiu suicidar-se ao ter que se render. O relato oficial Sul Africana afirma no entanto que Mandume foi morto a tiros.O último rei dos Kwanyama foi decapitado e a sua cabeça foi exibida durante anos pelas autoridades portuguesas.

jacaré Bangão


e nos tempos de crise e sujeição, em que é necessário e urgente resistir, como formas de resistir à opressão, anseios de Liberdade. conta-se a historia do poderoso:JACARÉ BANGÃO o jacarece que pagou  o imposto do seu povo. Bengo é uma das 18 províncias que constituem Angola. Ela fica no norte do país .
A cidade de Caxito, capital da província do Bengo, a populacao local daquela regia vivia oprimida pelos portuguese, trabalhavam sem salarios e ainda sim eram obrigados a pagar impostos.  a populacao revoltada foi ter com o soba reclamando dos seus direito ja que compriam arduamente  com seus devres, soba em resposta aos queixumes da populacao mandou um '' kingandu'' chefe dos impostos  implacável com os habitantes locais e com mentalidade racista, principalmente na cobrança do imposto,  um jacare saiu das aguas do rio danda com um saco de dinheiro e foi pagra imposto. obrigação fiscal anual dos habitantes - num gesto para intimidar o colonizador. aterrorizados os colonizadores abandonam a provincia de caxito

Angola: minha homenagem de hoje

Angola: minha homenagem de hoje

um olhar diferente ''António Almeida Dos Santos ''


O acordo de Alvor, que há 30 anos permitiu a independência de Angola e previa a paz na antiga colónia portuguesa, representa para António Almeida Santos  um dos signatários,apenas “um pedaço de papel” que “não valeu nada”.
''naquela altura a guerra-fria mobilizava paixões terríveis”.
''Cada um defendia os seus interesses, interesses que cheiravam a petróleo e brilhavam como os diamantes, eram interesses muito fortes”, reforça.
“Fomos ultrapassados pelos acontecimentos e aquele acordo de Alvor é um acordo que não valeu nada”, sublinha Almeida Santos.
O deputado recorda o seu discurso durante a tomada de posse, em Luanda, do governo provisório acordado em Alvor, em que afirmou: “este acordo tanto pode vir a ser um bom acordo para salvar Angola como pode vir a ser apenas um pedaço de papel”.
“Infelizmente, foi apenas um pedaço de papel”, diz, 30 anos depois.
“Tenho as minhas dúvidas. Se ganhasse a FNLA, ficávamos debaixo da pata do Mobutu (ditador do ex-Zaire), que não era flor que se cheirasse, se ganhasse o Savimbi, ficávamos não só debaixo da pata do Savimbi mas também da África do Sul, racista. Das três hipóteses viesse o diabo e escolhesse”.

sábado, 23 de junho de 2012

minha homenagem de hoje

 conhecendo melhor a historia de angola percebo ainda melhor, os dificies tempos que passamos desde a época colonial . um pais de memorias sangrentas hoje enfrenta um desafio de reconstrução e assim tenta vencer a desigualdade social. um pais de lindas e belas paisagens que foi palco de muitos sofrimento. hoje eu rendo homenagem a todos angolanos de Cabinda ao Cunene do mar ao leste que lutaram e perderam suas vidas em busca de angola. heróis conhecidos e desconhecidos a eles  eu rendo minha homenagem.
 heróis de 4 de Fevereiro,  batalha de Cuito caunavale , baixa da cassange, rainha N'zinga e seus poderosos soldados. guerrilheiros da ultima guerra civil, Hoji-Ya-Henda , as guerrilheiras, zungueiras ( vendedoras ambulantes) José Eduardo Dos Santos, Agostinho Neto, Mandume, bula Matadi , Jonas Savimbi, Holden Roberto, Cubanos e pessoas que lutaram não só com armas mais com a literatura. eu rendo homenagem, o mais importante nisso eh ver todos a trabalhar por uma angola melhor.

ocupação colonial portuguesa e a guerra civil em angola



Os portugueses, sob o comando de Diogo Cão, chegam ao Zaire em 1484. É a partir dai que se iniciou  a conquista pelos portugueses desta região de África, incluindo Angola. O primeiro passo foi estabelecer uma aliança com o Reino do Congo, que dominava toda a região. A sul deste reino existiam dois outros, o do Reino de Ndongo e o de Matamba que mais tarde unem se para formar angola.
 na segunda metade do século XVI os portugueses instalam-se na região de Angola. O primeiro governador de Angola, Paulo Dias de Novais, procura delimitar este vasto território e explorar os seus recursos naturais, em particular os escravos.
A colonização efectiva do interior só se inicia no século XIX, após a independência do Brasil (1822) e o fim do tráfico de escravos (1836-42), mas não da escravatura.
No princípio dos anos 1960, três movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA e UNITA) desencadearam uma luta armada contra o colonialismo português.[3]
O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusou-se a dialogar e prosseguiu na defesa até ao limite do último grande império colonial europeu. Para África foram mobilizados centenas de milhares de soldados. Enquanto durou o conflito armado, Portugal procurou consolidar a sua presença em Angola, promovendo a realização de importantes obras públicas
Legado da guerra civil: edifício destruído no Huambo.
Na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de Abril de 1974), abriram-se perspectivas imediatas para a independência de Angola. O novo governo revolucionário português abriu negociações com os três principais movimentos de libertação (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), o período de transição e o processo de implantação de um regime democrático em Angola (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975).
A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de uma nova guerra aberta. Muito antes do Dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controlo do país, e em particular da capital, Luanda. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.
A União Soviética e principalmente Cuba apoiavam o MPLA, que controlava a cidade de Luanda e algumas outras regiões da costa, nomeadamente o Lobito e Benguela. A África do Sul apoiava a UNITA e invadiu Angola (9 de Agosto de 1975). O Zaire, que apoiava a FNLA, invadiu também este país, em Julho de 1975. A FNLA contava também com o apoio da China, mercenários portugueses e ingleses mas também com o apoio da África do Sul.
Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardaram a ajudar também a UNITA. Neste caso, o apoio manteve-se até 1993. A sua estratégia foi durante muito tempo dividir Angola.
Em Outubro de 1975, o transporte aéreo de quantidades enormes de armas e soldados cubanos, organizado pelos soviéticos, mudou a situação, favorecendo o MPLA. As tropas sul-africanas e zairenses retiraram-se e o MPLA conseguiu formar um governo socialista uni-partidário.
O Brasil rapidamente estabeleceu relações diplomáticas com a nova República que se instalara. Fez isso antes mesmo de qualquer país do bloco comunista. Nenhum país ocidental ou mesmo africano seguiu o seu exemplo..
No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 800 mil portugueses abandonaram este país entre 1974 e 1976, o que agravou de forma dramática a situação económica.
A 27 Maio de 1977, um grupo do MPLA encabeçado por Nito Alves, desencadeou um golpe de Estado que ficou conhecido como Fraccionismo, terminando num banho de sangue que se prolongou por dois anos.
Agostinho Neto morreu em Moscovo a 10 de Setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo o ministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos.
.Os ataques da África do Sul não paravam. Em Agosto de 1981, lançaram a operação "Smokeshell" utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola). O governo da África do Sul justificou a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Estes conflitos só terminaram em Dezembro de 1988, quando em Nova Iorque foi assinado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia a Independência da Namíbia e a retirada dos cubanos de Angola.
A partir de 1989, com a queda do bloco da ex-União Soviética uma acordo de paz , entre a UNITA e o MPLA, Em Junho de 1989, em Gbadolite (Zaire) A paz apenas durou dois meses.
Em fins de Abril de 1990, mpla comesa as conversações directas com a UNITA, No mês seguinte, a UNITA reconhecia oficialmente José Eduardo dos Santos como o Chefe de Estado angolano. O desmoronar da União Soviética acelerou o processo de democratização. No final do ano, o MPLA anunciava a introdução de reformas democráticas no país. A 11 de Maio de 1991, o governo publicou uma lei que autorizava a criação de novos partidos, pondo fim ao monopartidarismo.
Em 31 de maio de 1991 celebraram-se os acordos de Bicesse  ,terminando com a guerra civil e marcando as eleições para o ano seguinte.
As eleições de Setembro de 1992, deram a vitória ao MPLA  mais A UNITA não reconhecendo os resultados eleitorais. imediatamente  sucedeu-se um banho de sangue, reiniciando-se o conflito armado, primeiro em Luanda, mas alastrando-se rapidamente ao restante território.
Em Novembro de 1994, celebrou-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a UNITA e o Governo de Angola (MPLA). A paz parecia mais do que nunca estar perto de ser alcançada. A UNITA usou o acordo de paz de Lusaka para impedir mais perdas territoriais e para fortalecer as suas forças militares.
Em Dezembro de 1998, Angola retornou ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita).
Com a morte do líder histórico da UNITA, este movimento iniciou negociações com o Governo de Angola com vista à deposição das armas, deixando de ser um movimento armado, e assumindo-se como mera força política.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A sombras é o lugar dos heróis angolanos



oh patria nunca mais esqueceremos ....
Entoei o hino dos patriotas heróis 
do 4 de Fevereiro.
No 11 de novembro estive presente
levantei bem alto a minha catana .
Lutei pelo futuro dos meus filhos e 
dos filhos dos meus confrades .
Fui levado para o combate
Fui Martir em Historias 
Cantei a Muxima, Louvei a meu 
Deus em Kimbundo para perdoar 
a chaxina dos inocentes e culpados.
Olhe o outro é embaixador .
Olhe o outro é governador 
Olhe o outro é adiministrador
E eu 
E eu 
Eu prefiro ficar a permanecer 
nas sombras , para contar 
as velhas historias dos reinos de angola
a volta da fogueira com as crianças do 
mundo inteiro. Para contar chorando 
as historias de luta de libertação de angola 
As musas e os Lusos se vão 
O que permanecer na escuridão será conservado
Os que permanecerem na Luz se esforçaram 
para manter esta angola firme diante os novos 
desafios que o desenvolvimento sem retrocesso 
nos aguarda.
Servir a patria não é cantar .
Servir a patria não é cudurar sempre
Servir a patria é ser um Jesus Cristo a toda hora
Servir a patria é viver os poemas de Agostinho Neto 
Servir a patria não é esperar pelos herois 
Servir a patria é ser tu mesmo, um dos herois que se espera.
Ontem Hoje Amanha e sempre 
servir a patria é ser um heroi angolano.




chino rocha( in luta de libertação de angola)



Adeus à hora da largada



Minha Mãe
 (todas as mães negras
 cujos filhos partiram)
tu me ensinaste a esperar
como esperaste nas horas difíceis

Mas a vida
matou em mim essa mística esperança

Eu já não espero
sou aquele por quem se espera

Sou eu minha Mãe
a esperança somos nós
os teus filhos
partidos para uma fé que alimenta a vida

Hoje
somos as crianças nuas das sanzalas do mato
os garotos sem escola a jogar a bola de trapos
nos areais ao meio-dia
somos nós mesmos
os contratados a queimar vidas nos cafezais
os homens negros ignorantes
que devem respeitar o homem branco
e temer o rico
somos os teus filhos
dos bairros de pretos
além aonde não chega a luz elétrica
os homens bêbedos a cair
abandonados ao ritmo dum batuque de morte
teus filhos
com fome
com sede
com vergonha de te chamarmos Mãe
com medo de atravessar as ruas
com medo dos homens
nós mesmos

Amanhã
entoaremos hinos à liberdade
quando comemorarmos
a data da abolição desta escravatura

Nós vamos em busca de luz
os teus filhos Mãe
 (todas as mães negras
 cujos filhos partiram)
Vão em busca de vida.

  (Sagrada esperança)

Civilização ocidental



Latas pregadas em paus
fixados na terra
fazem a casa

Os farrapos completam
a paisagem íntima

O sol atravessando as frestas
acorda o seu habitante

Depois as doze horas de trabalho
Escravo

Britar pedra
acarretar pedra
britar pedra
acarretar pedra
ao sol 
à chuva
britar pedra
acarretar pedra

A velhice vem cedo

Uma esteira nas noites escuras
basta para ele morrer
grato
e de fome.

 (Sagrada esperança)

Consciencialização



Medo no ar!

Em cada esquina
sentinelas vigilantes incendeiam olhares
em cada casa
se substituem apressadamente os fechos velhos
das portas
e em cada consciência
fervilha o temor de se ouvir a si mesma

A historia está a ser contada
de novo

Medo no ar!

Acontece que eu
homem humilde
ainda mais humilde na pele negra
me regresso África
para mim
com os olhos secos.

 (Sagrada esperança)

Noche



yo vivo
en los barrios oscuros del mundo
sin luz ni vida.

voy por las calles
a tientas
apoyado en mis informes sueños
tropezando con la esclavitud
a mi deseo de ser.

barrios oscuros
mundos de miseria
donde las voluntades se diluyeron
con las cosas.

ando a los tropezones
por las calles sin luz
desconocidas
impregnadas de mística y terror
del brazo con fantasmas.

también la noche es oscura.


  (Sagrada esperanza)

Noite



Eu vivo
nos bairros escuros do mundo
sem luz nem vida.

Vou pelas ruas
às apalpadelas
encostado aos meus informes sonhos
tropeçando na escravidão
ao meu desejo de ser.

São bairros de escravos
mundos de miséria
bairros escuros.

Onde as vontades se diluíram
e os homens se confundiram
com as coisas.

Ando aos trambolhões
pelas ruas sem luz
desconhecidas
pejadas de mística e terror
de braço dado com fantasmas.

Também a noite é escura.

  (Sagrada esperança)

kinaxixi



Gostava de estar sentado 
num banco do kinaxixi 
às seis horas duma tarde muito quente 
e ficar... 
Alguém viria 
talvez sentar-se 
sentar-se ao meu lado 
E veria as faces negras da gente 
a subir a calçada 
vagarosamente 
exprimindo ausência no kimbundu mestiço 
das conversas 
Veria os passos fatigados 
dos servos de pais também servos 
buscando aqui amor ali glória 
além uma embriagues em cada álcool 
Nem felicidade nem ódio 
Depois do sol posto 
acenderiam as luzes 
e eu 
iria sem rumo 
a pensar que a nossa vida é simples afinal 
demasiado simples 
para quem está cansado e precisa de marchar. 

    (Sagrada esperança)

Fire and rhythm Agostinho neto



The sound of chains on the roads
the songs of birds
under the humid greenery of the forest
freshness in the smooth symphony
of the palm trees
fire
fire on the grass
fire on the heat of the Cayatte plains
Wide paths
full of people full of people
an exodus from everywhere
wide paths to closed horizons
but paths
paths open atop
the impossibility of arm
fire
 dance
 tum tum
  rhythm 

Rhythm in light
rhythm in color
rhythm in movement
rhythm in the bloody
cracks of bare feerhythm on torn nails
yet rhythm
rhythm 

Oh painful African voices


  (Sacred hope)

Fogo e ritmo Agostinho neto



Sons de grilhetas nas estradas 
cantos de pássaros 
sob a verdura úmida das florestas 
frescura na sinfonia adocicada 
dos coqueirais 
fogo
fogo no capim
fogo sobre o quente das chapas do Cayatte.
Caminhos largos
cheios de gente cheios de gente 
em êxodo de toda a parte 
caminhos largos para os horizontes fechados 
mas caminhos
caminhos abertos por cima 
da impossibilidade dos braços.  
Fogueiras
    dança
    tamtam
     ritmo

Ritmo na luz
ritmo na cor
ritmo no movimento 
ritmo nas gretas sangrentas dos pés descalços 
ritmo nas unhas descarnadas
Mas ritmo
ritmo.

Ó vozes dolorosas de África!


  (Sagrada esperança)

Poesia Africana Agostinho neto



Lá no horizonte
o fogo
e as silhuetas escuras dos imbondeiros
de braços erguidos
No ar o cheiro verde das palmeiras queimadas

Poesia africana

Na estrada
a fila de carregadores bailundos
gemendo sob o peso da crueira
No quarto
a mulatinha dos olhos meigos
retocando o rosto com rouge e pó de arroz
A mulher debaixo dos panos fartos remexe as ancas
Na cama
o homem insone pensando
em comprar garfos e facas para comer à mesa

No céu o reflexo
do fogo
e as silhuetas dos negros batucando
de braços erguidos
No ar a melodia quente das marimbas

Poesia africana

E na estrada os carregadores
no quarto a mulatinha
na cama o homem insone

Os braseiros consumindo
consumindo
a terra quente dos horizontes em fogo.

 (No reino de Caliban II -  antologia
 panorâmica de poesia africana de ex-
 pressão portuguesa)

Aspiração



Ainda o meu canto dolente
e a minha tristeza
no Congo, na Geórgia, no Amazonas

Ainda
o meu sonho de batuque em noites de luar

ainda os meus braços
ainda os meus olhos
ainda os meus gritos

Ainda o dorso vergastado
o coração abandonado
a alma entregue à fé
ainda a dúvida

E sobre os meus cantos
os meus sonhos
os meus olhos
os meus gritos
sobre o meu mundo isolado
o tempo parado

Ainda o meu espírito
ainda o quissange
a marimba
a viola
o saxofone
ainda os meus ritmos de ritual orgíaco

Ainda a minha vida
oferecida à Vida
ainda o meu desejo

Ainda o meu sonho
o meu grito
o meu braço
a sustentar o meu Querer

E nas sanzalas
nas casas
no subúrbios das cidades
para lá das linhas
nos recantos escuros das casas ricas
onde os negros murmuram: ainda

O meu desejo
transformado em força
inspirando as consciências desesperadas.

   (Sagrada esperança)

Contratados



Longa fila de carregadores
domina a estrada
com os passos rápidos

Sobre o dorso
levam pesadas cargas

Vão
olhares longínquos
corações medrosos
braços fortes
sorrisos profundos como águas profundas

Largos meses os separam dos seus
e vão cheios de saudades
e de receio
mas cantam

Fatigados
esgotados de trabalhos
mas cantam

Cheios de injustiças
calados no imo das suas almas
e cantam

Com gritos de protesto
mergulhados nas lágrimas do coração
e cantam

Lá vão
perdem-se na distância
na distância se perdem os seus cantos tristes

Ah!
eles cantam...

 (Sagrada esperança)

Mussunda amigo


Para aqui estou eu
Mussunda amigo
 Para aqui estou eu

Contigo
Com a firme vitória da tua alegria
e da tua consciência

 O ió kalunga ua mu bangele!
 O ió kalunga ua mu bangele-lé-leleé...

Lembras-te?

Da tristeza daqueles tempos
em que íamos
comprar mangas
e lastimar o destino
das mulheres da Funda
dos nossos cantos de lamento
dos nossos desesperos
e das nuvens dos nossos olhos
Lembras-te?

Para aqui estou eu
Mussunda amigo

A vida a ti a devo
à mesma dedicação ao mesmo amor
com que me salvaste do abraço
da jibóia

à tua força
que transforma os destinos dos homens

A ti Mussunda amigo
a ti devo a vida

E escrevo versos que não entendes
compreendes a minha angústia?

Para aqui estou eu
Mussunda amigo
escrevendo versos que tu não entendes

Não era isto
o que nós queríamos, bem sei

Mas no espírito e na inteligência
nós somos!

Nós somos
Mussunda amigo
Nós somos

Inseparáveis
e caminhando ainda para o nosso sonho

No meu caminho
e no teu caminho
os corações batem ritmos
de noites fogueirentas
os pés dançam sobre palcos
de místicas tropicais
Os sons não se apagam dos ouvidos

 O ió kalunga ua mu bangele...

Nós somos!

 (Sagrada esperança)

voz de sangue Agostinho neto


Palpitam-me
os sons do batuque
e os ritmos melancólicos do blue

Ó negro esfarrapado do Harlem
ó dançarino de Chicago
ó negro servidor do South

Ó negro de África

negros de todo o mundo

eu junto ao vosso canto
a minha pobre voz
os meus humildes ritmos.

Eu vos acompanho
pelas  emaranhadas áfricas
do nosso Rumo

Eu vos sinto
negros de todo o mundo
eu vivo a vossa Dor
meus irmãos.

 (A renúncia impossível)

quitandeira Agostinho neto.



A quitanda.
 Muito sol
e a quitandeira à sombra
da mulemba.

- Laranja, minha senhora,
laranjinha boa!

A luz brinca na cidade
o seu quente jogo
de claros e escuros
e a vida brinca
em corações aflitos
o jogo da cabra-cega.

A quitandeira
que vende fruta
vende-se.

- Minha senhora
laranja, laranjinha boa!

Compra laranja doces
compra-me também o amargo
desta tortura
da vida sem vida.

Compra-me a infância do espírito
este botão de rosa
que não abriu
princípio impelido ainda para um início.

Laranja, minha senhora!

Esgotaram-se os sorrisos
com que chorava
eu já não choro.

E aí vão as minhas esperanças
como foi o sangue dos meus filhos
amassado no pó das estradas
enterrado nas roças
e o meu suor
embebido nos fios de algodão
que me cobrem.

Como o esforço foi oferecido
à segurança das máquinas
à beleza das ruas asfaltadas
de prédios de vários andares
à comodidade de senhores ricos
à alegria dispersa por cidades
e eu
me fui confundindo
com os próprios problemas da existência.

Aí vão as laranjas
como eu me ofereci ao álcool
para me anestesiar
e me entreguei às religiões
para me insensibilizar
e me atordoei para viver.

Tudo tenho dado.

Até mesmo a minha dor
e a poesia dos meus seios nus
entreguei-as aos poetas.

Agora vendo-me eu própria.
- Compra laranjas
minha senhora!
Leva-me para as quitandas da Vida
o meu preço é único:
- sangue.

Talvez vendendo-me
eu me possua.

- Compra laranjas!

 (Sagrada esperança)

Agostinho neto e Amílcar Cabral o para a cultura lusófona

Ilha (Amílcar Cabral)
Tu vives - mãe adormecida -
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas sem música
das águas que nos prendem…
Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
- os sonhos dos teus filhos -
a clamar aos ventos que passam,
e às aves que voam, livres,
as tuas ânsias!
Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
- terra dura -
rochas escarpadas tapando os
horizontes,
mas aos quatro ventos prendendo as
nossas ânsias!


Noite (Agostinho Neto)

Eu vivo
nos bairros escuros do mundo
sem luz nem vida.
Vou pelas ruas
às apalpadelas
encostado aos meus informes sonhos
tropeçando na escravidão
ao meu desejo de ser.
São bairros de escravos
mundos de miséria
bairros escuros.
Onde as vontades se diluíram
e os homens se confundiram
com as coisas.
Ando aos trambolhões
pelas ruas sem luz
desconhecidas
pejadas de mística e terror
de braço dado com fantasmas.
Também a noite é escura.






São mais conhecidos pela sua vertente política e revolucionária; Neto foi co-fundador do MPLA e o primeiro presidente oficial de Angola enquanto Cabral foi o fundador do PAIGC, e por esse motivo considerado o pai da independência cabo-verdiana (apesar das últimas polémicas) e guineense.


Mas o seu contributo para a cultura e investigação lusófona é tão ou mais importante que a vertente política.De facto, Agostinho Neto, médico de formação, foi (é) considerado como um dos maiores poetas de língua portuguesa. A sua contribuição para a poesia lusófona e de acordo com a sua biografia oficial, começou no Meridiano (1948-1949), um boletim da Secção de Coimbra da casa dos Estudantes do Império, de que foi um dos membro mais activos, tendo sido compilados e publicados, mais tarde, em quatro obras: Quatro Poemas de Agostinho Neto, 1957; Poemas, 1961; Sagrada Esperança, 1974; e Renúncia Impossível, 1987. Está, ainda, incluído em várias antologias angolanas e internacionais.

Todavia, é na obra Sagrada Esperança que estão, talvez, os seus mais belos e carismáticos poemas. "Noite" que abaixo se transcreve foi retirado desta obra.

Por sua vez, Amílcar Cabral, agrónomo e co-fundador do PAICG, nasceu em Bafatá, Guiné-Bissau, em 12 Setembro de 1924. Deve o seu nome à admiração que seu pai tinha pelo cartaginês Hamílcar Barca (note-se que a sua certidão de nascimento surge precisamente a palavra Hamilcar que, mais tarde, resultou em Amílcar).

É mais conhecido como o pai da independência cabo-verdiana e guineense, conseguidas após alguns mártires anos de luta pela independência, que não viu devido ao seu assassinato, em 1973, em Conacri, em circunstâncias que os seus companheiros de luta, ainda hoje, parecem ter alguma timidez em clarificar (todavia, Senghor, então presidente do Senegal, em conversa com o coronel Carlos Fabião e ao embaixador Nunes Barata, chegou a denunciar o seu autor moral, porque o material sabe-se ter sido um ex-companheiro de armas a perpetrá-lo, Inocêncio Kani; cabe aos guineenses e cabo-verdianos obrigar que a história seja completada para que a sua honra nunca venha a ser manchada).

Mas é a sua vertente cultural, a sua obra poética, contista e científica, que aqui é analisada. Escreveu sob o anagrama "Larbac" alguns poemas de amor de que se destacam a Ilha (abaixo transcrito), Devaneios, Arte de Minerva, Quando Cupido acerta no alvo, entre outros.

Como "sociólogo" destacou-se pelo apelo à "reafricanização dos espíritos", aquela que seria a sua bandeira política.







Agostinho neto in negacao




Não creio em mim
Não existo
Não quero eu não quero ser

Quero destruir-me
atirar-me de pontes elevadas
e deixar-me despedaçar
sobre as pedras duras das calçadas

Pulverizar o meu ser
desaparecer
não deixar sequer traço de passagem
pelo mundo

quero que o não-eu
se aposse de mim

Mais do que um simples suicídio
Quero que esta minha morte
seja uma verdadeira novidade histórica
um desaparecimento total
até mesmo nos cérebros
daqueles que me odeiam
até mesmo no tempo
e se processe a História
e o mundo continue
como se eu nunca tivesse existido
como se nenhuma obra tivesse produzido
como se nada tivesse influenciado na vida
se em vez de valor negativo
eu fosse zero

Quero ascender
elevar-me até atingir o Zero
e desaparecer

Deixai-me desaparecer!

Mas antes vou gritar
Com toda a força dos meus pulmões
Para que o mundo oiça:

- Fui eu quem renunciou a Vida!
Podeis continuar a ocupar o meu lugar
Vós os que mo roubastes

Aí tendes o mundo todo para vós
para mim nada quero
nem riqueza nem pobreza
nem alegria nem tristeza
nem vida nem morte
nada

Não sou Nunca fui
Renuncio-me
Atingi o Zero

E agora
vivei cantai chorai
casai-vos matai-vos embriagai-vos
dai esmolas aos pobres
Nada me pode interessar
que eu não sou
Atingi o Zero

Não contem comigo
para vos servir as refeições
nem para cavar os diamantes
que vossas mulheres irão ostentar em salões
nem para cuidar das vossas plantações
de algodão e café
não contem com amas
para amamentar os vossos filhos sifilíticos
não contem com operários
de segunda categoria
para fazer o trabalho de que vos orgulhais
nem com soldados inconscientes
para gritar com o estômago vazio
vivas ao vosso trabalho de civilização
nem com lacaios
para vos tirarem os sapatos
de madrugada
quando regressardes de orgias noturnas
nem com pretos medrosos
para vos oferecer vacas
e vender milho a tostão
nem com corpos de mulheres
para vos alimentar de prazeres
nos ócios da vossa abundância imoral

Não contem comigo
Renuncio-me
Eu atngi o Zero

E agora podeis queimar
os letreiros medrosos
que às portas de bares hotéis e recintos públicos
gritam o vosso egoismo
nas frases “SÓ PARA BRANCOS” ou COLOURED MEN ONLY”
Negros aqui brancos acolá

E agora podeis acabar
com os miseráveis bairros de negros
que vos atrapalham a vaidade
Vivei satisfeitos sem colour lines
sem terdes que dizer aos frequeses negros
que os hotéis estão abarrotados
que não há mais mesas nos restaurantes
Banhai-vos descansados
nas vossas praias e piscinas
que nunca houve negros no mundo
que sujassem as águas
ou os vossos nojentos preconceitos
com a sua escura presença

Dissolvei o Ku-Klux-Klan
que já não há negros para linchar!

Porque hesitais agora!
ao menos tendes oportunidade
para proclamardes democracias
com sinceridade

Podeis inventar uma nova história
inclusivamente podeis inventar uma nova mística
direis por exemplo: No princípio nós criamos o mundo
Tudo foi feito por NÓS
E isso nada me interessa

Ah!
que satisfação eu sinto
por ver-vos alegres no vosso orgulho
e loucos na vossa mania de superioridade

Nunca houve negros!
A África foi construida só por vós
A América foi colonizada só por vós
A Europa não conhece civilizações africanas
Nunca houve beijos de negros sobre faces brancas
nem um negro foi linchado
nunca matastes pretos a golpes de cavalomarinho
para lhes possuirdes as mulheres
nunca estorquistes propriedades a pretos
não tendes nunca tivestes filhos com sangue negro
ó racistas de desbragada lubricidade

Fartai-vos agora dentro da moral!

Que satisfação eu sinto
por não terdes que falsear os padrões morais
para salvaguardar
o prestígio a superioridade e o estômago
dos vossos filhos

Ah!
O meu suicídio é uma novidade histórica
é um sádico prazer
de ver-vos bem instalados no vosso mundo
sem necessidade de jogos falsos

Eu elevado até o Zero
eu transformado no Nada-histórico
eu no início dos tempos
eu-Nada a confundir-me com vós-Tudo
sou o verdadeiro Cristo da Humanidade!

Não há nas ruas de Luanda
negros descalços e sujos
a pôr nódoas nas vossas falsidades de colonização

Em Lourenço Marques
em New York em Leopoldville
em Cape Town
gritam pelas ruas
fogueteando alegrias nos ares

- Não há negros nas ruas!
Nunca houve
Não há negros preguiçosos
a deixar os campos por cultivar
e renitentes à escravização
já não há negros para roubar
Toda a riqueza representa agora o suor do rosto
e o suor do rosto é a poesia da vida
Viva a poesia da vida!
Viva!

Não existe música negra
Nunca houve batuques nas florestas do Congo
Quem falou em spirituals?
Os salões enchem-se de Debussy Strauss Korsakoff
que não há selvagens na terra
Viva a civilização dos homens superiores
sem manchas negróides a perturbar-lhe a estética!
Viva!

Nunca houve descobrimentos
a África foi criada com o mundo

O que é a colonização?
O que são os massacres de negros?
O que são os esbulhos de propriedade?
Coisas que ninguém conhece

A história está errada
Nunca houve escravatura
Nunca houve domínio de minorias
orgulhosas da sua força

Acabei com as cruzadas religiosas
A fé está espalhada por todo o mundo
sobre a terra só há cristãos
VÓS sois todos cristãos

Não há infiéis por converter
Escusais de imaginar mais infidelidades religiosas
para justificar
repugnantes actos de barbarismo

Não necessitais enviar mais missionários
a África
nem nos bairros de negros
Nunca houve mahamba
nem concepções religiosas diferentes
nunca houve religiosos a auxiliar a ocupação militar

Acabai com os missionários
os seus sofismas
os seus milagres
inventados para justificar ambições e vaidades

Possuis tudo TUDO
e sois todos irmãos

Continuai com os vossos sistemas políticos
ditaduras democráticas
isso é convosco
Explorai o proletariado
matai-vos uns aos outros
lutai pela glória
lutai pelo poder
criai minorias fortes
apadrinhai os afilhados dos vossos amigos
criai mais castas
aburguesai as ideias
e tudo sem a complicação
de verdes intrusos
imiscuir-se na vossa querida
e defendida civilização de homens
privilegiados

E agora
homens irmãos
daí-vos as mãos
gritai a vossa alegria de serdes sós
SÓS!
únicos habitantes da terra

Eu artingi o Zero

Isto significa extraordinariamente a vossa ética
Ao menos
não percais a ocasião para serdes honestos

Se houver terramotos
calamidades cheias ou epidemias
ou terras a defender da evasão das águas
ou motores parados em lamas africanas
raios vos partam!
já não tereis de chamar-me
para acudir as vossas desgraças
para reparar os vossos desastres
ou para carregar com a culpa das vossas incúrias
Ide para o diabo!

Eu não existo
Palavra de honra que nunca existi
Atingi o Zero
o Nada

Abençoada a hora
do meu super-suicídio
para vós
homens que construís sistemas morais
para enquadrar imoralidades

O sol brilha só para vós
a lua reflecte luz só para vós
nunca houve esclavagistas
nem massacres
nem ocupações da África

Como até a história
se transforma num tratado de moral
sem necessidade de arranjos apressados!

Os pretos dos cais não existem
Nunca foram ouvidos cantos dolentes
misturados com a chiadeira do guindaste
Nunca pisaram os caminhos do mato
carregadores com sem quilos às costas
são os motores que se queimam sob as cargas

Ó pretos submissos humildes ou tímidos
sem lugar nas cidades
ou nos escaninhos da honestidade
ou nos recantos da força
dançarinos com a alma poisada no sinal menos
polígamos declarados
dançarinos de batuques sensuais
Sabeis que subistes todos de valor
atingistes o Zero sois Nada
e salvastes o homem

Acabou-se o ódio
e o trabalho de civilização
e a náusea de ver meninos negros
sentados na escola
ao lado de meninos de olhos azuis
e as extorções e compulsões
e as palmatoadas e torturas
para obrigar inocentes a confessar crimes
e medos de revolta
e as complicadas demarches políticas
para iludir as almas simples

Acabaram-se as complicações sociais!

Atingi o Zero
Cheguei à hora do início do mundo
e resolvi não existir

Cheguei ao Zero-Espaço
ao Nada-Tempo
ao eu coincidente com vós-Tudo

E o que é mais importante:
Salvei o mundo!


Agostinho Neto

In A Renuncia Impossivel