domingo, 24 de junho de 2012

Ngola Ritmo


 Os fundadores do N’gola Ritmos pensaram exactamente que era preciso fazer algo para manter a nossa identidade. . Nos anos 40 com o Liceu Vieiras Dias, o Nino Ndongo, eram os principais, tocava-se em casa deste ou daquele. Só em 1950 o conjunto cresceu."
"(Os Ngola Ritmos) era uma rebelião pacífica, tentando despertar consciências adormecidas, que não acreditavam em mais nada, eram 500 anos de colonização. Não havia televisão, nem rádio para toda gente, os jornais não chegavam aos musseques nem ao interior do país e nós sabíamos que uma canção ficava presa no assobio, no cantar. Na LNA quando cantávamos em kimbundu, as pessoas viravam a cara meias envergonhadas, chamavam-nos os mussequeiros...acabamos por fazer canções de absoluta reivindicação, e incendiávamos aquelas pessoas fartas de ser espezinhadas, e eles entendiam que havia qualquer coisa na fogueira. Isso acabou por se descobrir, fomos perseguidos. O conjunto morre antes do tempo, aqueles que eram funcionários foram transferidos. Entra este, sai aquele, entra outro etc. Tudo culmina com a prisão porque alguns de nós estávamos directamente metidos na luta política, como eu e o Liceu, nenhum de nós sabia o quanto o outro estava metido, na altura nem com a mulher se podia falar. Foi esta fase que resultou na criação do MIA (Movimento Independentista de Angola)."
Música demolidora que arrombou os muros das mentalidades tacanhas cimentadas com o betão do preconceito e do complexo de superioridade.
Respeito!!!

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